Ronaldinho Gaúcho: O Bruxo Que Encantou o Mundo e Seus Segredos Nunca Contados

Tempo de leitura: 8 min

Escrito por Marks Esports
em 30 de março de 2025

Introdução

Quando o futebol precisava de mágica, Ronaldinho Gaúcho apareceu. Com um sorriso no rosto e os pés mais habilidosos que já pisaram em um gramado, ele mudou o jogo. Não apenas venceu, mas encantou. Seu estilo leve, quase debochado, escondia uma genialidade única. Um talento tão raro que transcendeu clubes, bandeiras e rivalidades. Quando Ronaldinho jogava, até os adversários aplaudiam.

Ronaldinho Gaucho
Ronaldinho Gaucho

Sua presença em campo era como a de um artista no palco. Não era apenas sobre vencer partidas — era sobre encantar multidões. Cada toque na bola parecia coreografado, cada drible tinha alma. Ronaldinho não precisava correr o tempo inteiro, nem entrar em divididas duras. Seu jogo era baseado na inteligência, no improviso e, principalmente, no prazer de jogar.

Ele foi o jogador que fez até os que não gostam de futebol pararem para assistir. O sorriso no rosto enquanto jogava refletia algo raro nos esportes profissionais: a leveza de quem faz o que ama sem perder a essência. Um talento tão natural que parecia ter nascido com a bola colada nos pés.

Mas quem é o homem por trás desse mito? Quais são as histórias que ficaram fora dos holofotes? Como um garoto das periferias de Porto Alegre se tornou o ícone máximo do futebol arte? É isso que vamos descobrir neste artigo — uma jornada completa pela vida, obra e legado do eterno Bruxo.

Infância e os Primeiros Dribles em Porto Alegre

Antes de conquistar o mundo, Ronaldinho era só o “Ronaldo”, um menino franzino, alegre e muito habilidoso que cresceu no bairro Restinga, periferia de Porto Alegre. Nasceu em 21 de março de 1980, filho de uma enfermeira, Dona Miguelina, e de um operário e ex-jogador de futebol, Seu João, que trabalhava no clube Cruzeiro de Porto Alegre. O futebol estava no DNA da família.

Desde cedo, a bola era uma extensão do seu corpo. Aos cinco anos, já era comum vê-lo fazendo embaixadinhas com frutas, tampas de garrafa, meias emboladas… qualquer coisa que tivesse formato esférico. O talento era tão visível que seus vizinhos costumavam parar na calçada só para ver o garoto jogar com os amigos nas ruas de chão batido.

Foi nessa época que surgiu seu primeiro apelido: “O Pequeno Gênio da Vila”, como era chamado por um treinador de escolinha que ficava impressionado com sua inteligência de jogo, mesmo com idade muito inferior aos colegas.

Aos sete anos, Ronaldinho já brilhava nos torneios de futsal da cidade. Seu domínio de bola, agilidade e raciocínio rápido se destacavam. Em um desses torneios, marcou 23 gols em um único jogo, o que o colocou em manchetes locais e começou a atrair olheiros dos grandes clubes gaúchos. O futsal, aliás, foi essencial para moldar seu estilo técnico e sua criatividade em espaços curtos.

Aos oito anos, sofreu um dos maiores traumas de sua vida: perdeu o pai, que faleceu após sofrer um infarto na piscina da casa que o clube havia dado à família. A tragédia teve um forte impacto emocional, mas também uniu ainda mais Ronaldinho e seu irmão mais velho, Roberto Assis, que se tornaria seu mentor e empresário ao longo da vida.

O talento de Ronaldinho logo chamou a atenção do Grêmio, onde começou nas categorias de base aos 13 anos. Em pouco tempo, era o destaque dos treinos. Seus dribles desconcertantes deixavam os marcadores no chão — literalmente. Havia dias em que os treinadores tinham que pedir para ele “pegar leve” nos rachões.

Curiosidade: um dos técnicos da base do Grêmio chegou a dizer, em entrevista anos depois:

“Nunca vi um garoto fazer com a bola o que ele fazia. E o mais incrível era que ele não fazia força. Parecia estar brincando.”

O Estouro no Grêmio e a Chegada à Europa

A estreia no profissional aconteceu em 1998, e Ronaldinho não decepcionou. Logo de cara, marcou um golaço em um clássico contra o Internacional, aplicando um lençol no zagueiro e chutando com precisão. A torcida enlouqueceu. Era o nascimento oficial do Bruxo.

Nos anos seguintes, encantou o Brasil com lances geniais no Campeonato Brasileiro e na Copa do Brasil. Em 1999, foi chamado para a Seleção Brasileira principal, mesmo atuando em um time fora do eixo Rio-São Paulo — algo raro na época. Seu talento era simplesmente inegável.

A saída do Grêmio, no entanto, foi conturbada. Envolvido em uma disputa judicial com o clube, Ronaldinho assinou com o Paris Saint-Germain (PSG) em 2001, sem que o Grêmio recebesse compensação financeira significativa. A torcida ficou revoltada. Ainda assim, a ida à Europa era o próximo passo natural para um craque que já estava grande demais para o futebol brasileiro.

No PSG, enfrentou dificuldades no início. Problemas com o técnico Luis Fernández, adaptação ao frio francês e à disciplina tática europeia. Mas quando entrava em campo, a mágica acontecia. Dribles humilhantes, passes de letra, gols de falta com curva inacreditável. Era Ronaldinho sendo Ronaldinho.

Seu nome começou a circular nos bastidores dos grandes clubes do continente. E foi então que o Barcelona fez a jogada mais importante de sua história recente: contratou o bruxo para mudar o destino do clube catalão.

Barcelona — O Auge de um Gênio

Quando chegou ao Barcelona em 2003, o clube atravessava uma de suas fases mais sombrias. Não conquistava títulos importantes há anos e via o arquirrival Real Madrid brilhar com os Galácticos. Ronaldinho desembarcou na Catalunha como uma esperança. E em pouco tempo, virou ídolo.

Na sua primeira temporada, já começou a deixar sua marca: golaços, dribles desconcertantes e uma conexão instantânea com a torcida. O Camp Nou virou palco de espetáculos semanais. Cada toque na bola era acompanhado de gritos, flashes e sorrisos.

Na temporada 2004/05, foi eleito o Melhor do Mundo pela FIFA. No ano seguinte, repetiu o feito. Em 2006, levou o Barça à conquista da Liga dos Campeões da UEFA e do bicampeonato espanhol. Em um dos momentos mais lendários da história do futebol, marcou dois gols no Santiago Bernabéu e foi aplaudido de pé pela torcida do Real Madrid.

A amizade com Messi também nasceu nessa época. Ronaldinho foi como um irmão mais velho para o argentino, ajudando-o a se integrar ao elenco e dando a assistência para seu primeiro gol como profissional.

Jogando ao lado de nomes como Deco, Eto’o, Xavi e Iniesta, Ronaldinho comandava o time com alegria. Seus treinos eram tão espetaculares quanto os jogos. Os companheiros se reuniam para ver ele fazer embaixadinhas com objetos inusitados, como laranjas, latas e até celulares.

O auge técnico, emocional e artístico do futebol de Ronaldinho aconteceu ali, entre 2004 e 2006. Ele encantou o planeta e virou símbolo da magia que o futebol pode oferecer.

Ronaldinho na Seleção Brasileira – Da Glória ao Esquecimento

Na Seleção, Ronaldinho teve altos e baixos. Em 2002, brilhou ao lado de Rivaldo e Ronaldo, formando um dos trios mais letais da história do futebol. O gol de falta do meio da rua contra a Inglaterra foi um dos momentos mais icônicos da Copa.

Apesar disso, a expectativa para que ele liderasse o Brasil nos anos seguintes não se concretizou como o esperado. Em 2006, chegou como o melhor do mundo, mas não conseguiu repetir o desempenho. O time foi eliminado nas quartas de final e ele foi um dos principais alvos da crítica.

Em 2010, foi deixado de fora por Dunga. Em 2014, Felipão também não o convocou. Muitos apontam que faltou estrutura na Seleção para que seu estilo criativo florescesse, e outros destacam sua vida noturna como fator prejudicial.

Em 2020, Ronaldinho viveu um momento bizarro: foi preso no Paraguai por uso de passaportes falsos. Durante os meses em que ficou detido, virou o “craque da prisão”. Participou de torneios internos e ajudou sua equipe a ser campeã, com um churrasco como premiação. O episódio viralizou e mostrou como, até nos momentos mais improváveis, Ronaldinho conseguia encantar.

Curiosidades Pouco Conhecidas Sobre Ronaldinho Gaúcho

  • Já jogou futevôlei com Neymar na praia até o nascer do sol após festas.
  • Toca cavaquinho e compõe músicas com amigos em rodas de samba.
  • Tem uma fundação beneficente que atende jovens carentes em Porto Alegre.
  • Recusou propostas de reality shows e filmes para preservar sua imagem.
  • Embaixador da ONU para programas de combate à pobreza.
  • É um dos poucos jogadores a vencer Copa do Mundo, Champions League e Libertadores.

Vida Fora dos Gramados — Música, Negócios e Polêmicas

Após a aposentadoria, Ronaldinho mergulhou no mundo da música. Criou o projeto “Tropa do Bruxo”, lançou clipes e participou de shows ao vivo. Seu carisma no palco é tão marcante quanto foi nos campos.

Também empreendeu: criou a marca R10, lançou tênis, roupas, bebidas energéticas e até criptomoedas. Sua imagem vende — e muito.

Mas as polêmicas não pararam. Envolveu-se em processos judiciais, teve bens bloqueados por dívidas ambientais, e sua prisão no Paraguai ainda rende discussões. Mesmo assim, sua popularidade permanece intacta. O público parece separar o homem do artista — e o artista sempre será adorado.

O Legado de Ronaldinho no Futebol Mundial

Ronaldinho é inspiração. Para Neymar, para Messi, para toda uma geração que cresceu sonhando em jogar com alegria. Seu nome é sinônimo de futebol arte.

No Barcelona, pavimentou o caminho para a era mais vitoriosa do clube. Na Seleção, fez história. E fora de campo, virou um símbolo global da cultura brasileira.

Sua carreira é estudada, reverenciada e relembrada em todo o mundo. Ele provou que é possível vencer sendo fiel ao próprio estilo — e isso é revolucionário.

Conclusão – Ronaldinho, o Bruxo Eterno

Ronaldinho Gaúcho foi mais do que um jogador. Ele foi — e é — um fenômeno cultural. Um símbolo de que o futebol não precisa ser só força e tática. Pode ser arte. Pode ser leve. Pode ser sorridente.

Ele inspirou milhões. E, acima de tudo, fez o futebol sorrir de novo.

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