RACISMO NO FUTEBOL: UM PROBLEMA HISTÓRICO QUE AINDA PRECISA SER COMBATIDO

Tempo de leitura: 6 min

Escrito por Marks Esports
em 24 de março de 2025

Introdução

O futebol é o esporte mais popular do mundo, capaz de unir nações, culturas e pessoas de diferentes origens em torno de uma mesma paixão. No entanto, por trás da emoção dos gols e das conquistas, o futebol também carrega um problema social grave e persistente: o racismo. Apesar dos avanços na sociedade e das campanhas contra a discriminação, o racismo no futebol continua sendo um desafio que precisa ser enfrentado com seriedade e rigor. Neste artigo, vamos explorar as raízes históricas desse problema, as punições aplicadas, o que a FIFA tem feito para combater o racismo e o que ainda precisa ser feito para erradicar essa prática odiosa dos campos de futebol.

Racismo no futebol
Racismo no futebol

Quando o Racismo Começou a Existir no Futebol?

O racismo no futebol tem raízes profundas que remontam ao início da popularização do esporte. A história do futebol moderno começou na Inglaterra, no século XIX, em um contexto de forte divisão social e colonialismo. O esporte era inicialmente praticado apenas pelas elites brancas e, por muito tempo, jogadores negros e de outras etnias foram excluídos dos principais clubes e competições.

Os primeiros casos de racismo documentados

  • Arthur Wharton, nascido em 1865 em Gana, foi o primeiro jogador negro a atuar profissionalmente na Inglaterra. Apesar de seu talento excepcional, Wharton enfrentou preconceito e discriminação durante toda a sua carreira.
  • Na década de 1920, jogadores negros começaram a ganhar espaço nos clubes ingleses, mas o ambiente hostil persistia, com insultos vindos tanto das arquibancadas quanto dos próprios colegas de equipe.
  • No Brasil, o racismo também esteve presente desde o início. O futebol era considerado um esporte de elite, e jogadores negros eram constantemente desvalorizados. Para se manterem em campo, alguns jogadores negros até chegavam a alisar o cabelo ou a usar pó de arroz para clarear a pele e evitar o preconceito.

Racismo institucionalizado

Até a década de 1970, jogadores negros eram minoria nos principais campeonatos europeus. Foi somente com o sucesso de craques como Pelé e Eusébio que a presença de atletas negros se tornou mais comum — mas o racismo nunca deixou de existir. Os insultos, os gestos de ofensa e o tratamento desigual por parte de torcedores e autoridades esportivas se tornaram uma constante em campos europeus e sul-americanos.


Casos Recentes de Racismo no Futebol

Apesar dos avanços na luta contra a discriminação racial, o racismo ainda é uma realidade nos estádios. Nos últimos anos, diversos casos de racismo ganharam destaque na mídia:

  • Em 2023, o jogador brasileiro Vinícius Júnior, que atua pelo Real Madrid, foi alvo de ataques racistas durante uma partida do Campeonato Espanhol. A situação gerou uma grande repercussão e obrigou as autoridades esportivas a tomarem medidas.
  • O jogador Romelu Lukaku, da Inter de Milão, também foi alvo de ofensas racistas em diversas ocasiões no futebol italiano.
  • No futebol inglês, o atacante Marcus Rashford sofreu ataques racistas nas redes sociais após perder um pênalti na final da Eurocopa de 2020.

Esses casos revelam que, apesar dos avanços sociais e das campanhas promovidas por clubes e entidades, o racismo ainda é uma mancha no futebol moderno.


Punições Aplicadas por Racismo no Futebol

A punição para atos racistas no futebol varia de acordo com o regulamento de cada liga e competição. No entanto, muitos especialistas apontam que as sanções ainda são brandas e insuficientes para desencorajar esse tipo de comportamento.

Punições comuns em casos de racismo no futebol:

✅ Multas financeiras para os clubes e para os jogadores envolvidos;
✅ Suspensão de jogadores ou dirigentes que cometerem atos racistas;
✅ Fechamento parcial ou total de estádios em casos de comportamento racista da torcida;
✅ Dedução de pontos em competições nacionais e internacionais;
✅ Exclusão de competições para times reincidentes em atos racistas.

No entanto, essas punições muitas vezes não são aplicadas com rigor, o que contribui para a repetição de casos de racismo.


O Que a FIFA Está Fazendo para Combater o Racismo?

A FIFA tem implementado campanhas e programas para combater o racismo no futebol, mas os resultados ainda estão longe do ideal.

Principais ações da FIFA contra o racismo:

  • Campanha “Say No to Racism” – Lançada em 2002, essa campanha busca conscientizar jogadores e torcedores sobre a importância de combater o racismo.
  • Protocolo de três passos – Em casos de racismo durante jogos, o árbitro pode:
    1. Parar o jogo e fazer um anúncio para o público.
    2. Suspender temporariamente a partida se os insultos continuarem.
    3. Encerrar o jogo caso o comportamento racista persista.
  • Punições reforçadas – Em 2019, a FIFA aumentou o valor das multas e o tempo de suspensão para jogadores e clubes envolvidos em atos racistas.
  • Campanhas educativas – A FIFA e diversas federações locais têm promovido ações para conscientizar jovens jogadores e torcedores sobre o impacto negativo do racismo.

Mesmo com essas iniciativas, muitos críticos argumentam que a FIFA poderia ser mais rigorosa, especialmente em relação aos clubes e às federações que negligenciam o combate ao racismo.


O Papel dos Clubes e dos Jogadores na Luta Contra o Racismo

Os jogadores e os clubes de futebol têm um papel fundamental na luta contra o racismo. Muitos atletas têm usado suas plataformas para denunciar casos de racismo e promover a igualdade racial no esporte.

Exemplos de ações de jogadores e clubes:

  • Vinícius Júnior tem se posicionado publicamente contra o racismo na Espanha, pedindo punições mais severas para torcedores e clubes envolvidos.
  • Marcus Rashford é um exemplo de atleta que combate o racismo dentro e fora de campo, promovendo campanhas de inclusão e justiça social.
  • Clubes como o Liverpool e o Chelsea têm campanhas internas para combater o racismo entre torcedores e jogadores.

Por Que Ainda É Difícil Combater o Racismo no Futebol?

A dificuldade em erradicar o racismo no futebol está relacionada a fatores sociais, culturais e institucionais:

  • Falta de punição adequada – Multas financeiras e suspensões temporárias muitas vezes não são suficientes para coibir os atos racistas.
  • Cultura de impunidade – Torcedores e dirigentes muitas vezes não são responsabilizados por atos de discriminação.
  • Racismo estrutural – A desigualdade racial presente na sociedade reflete diretamente no ambiente esportivo.

Conclusão

O racismo no futebol é um problema histórico que continua afetando jogadores e torcedores em todo o mundo. Apesar das campanhas e das punições aplicadas, o problema persiste devido à falta de rigor nas sanções e à resistência em enfrentar o racismo como um problema estrutural. A FIFA, os clubes e os próprios jogadores têm um papel fundamental na erradicação desse comportamento, promovendo a educação, o respeito e a inclusão dentro e fora dos campos.


👉 E você, o que acha sobre o racismo no futebol?

Deixe sua opinião nos comentários! O que você acredita que a FIFA e os clubes deveriam fazer para acabar com o racismo no esporte? Vamos discutir essa questão juntos! 👇⚽

Você vai gostar também:

Para enviar seu comentário, preencha os campos abaixo:

Deixe um comentário


*


*


Seja o primeiro a comentar!